O BAILE DAS PALAVRAS
Bailam as palavras nos lábios do poeta
levadas no trinário balanço
do compasso
duma valsa
no passo largo do tango romântico
em cântico
semântico
no ondular da rumba, armadilha
redondilha
que brilha
no menear do samba à maneira
saracoteia a cadeira
a brasileira
no enlevo da mulata coladera
a palavra
espera
na dança do bugaku do Japão
lavra a lava
do vulcão
na bossa nova da garota de Ipanema
o poeta imagina
um tema
no break moderno, o corpo requebra
a dança, em regra
é negra
no bailado macabro rodopiam
alegres esqueletos
esquisitos
no ritmado do corpo
na música
a musa
na chula, no vira, no corridinho
ou no malhão
a inspiração
buscando, o poeta
arquitecta
um bailado
em que vê as palavras bailar
porque não sabe valsar
tenta rimar ideias
tenta rimar os espaços
nos passos
de cada bailado artístico, ritmado
da galharda ao minuete
d’antigamente
e encontra na moderna dança
Isadora, descalça,
livre, instintiva,
volteando
metafísica viva.
Na mente,
guarda recordações
de danças de vanguarda,
de hoje, de ontem,
sem limitações,
qual Mountain
sem rima
sem métrica
e, mesmo assim
poética
bailam na mente do poeta
as palavras
em hinos
divinos
Bailam as palavras nos lábios do poeta
levadas no trinário balanço
do compasso
duma valsa
no passo largo do tango romântico
em cântico
semântico
no ondular da rumba, armadilha
redondilha
que brilha
no menear do samba à maneira
saracoteia a cadeira
a brasileira
no enlevo da mulata coladera
a palavra
espera
na dança do bugaku do Japão
lavra a lava
do vulcão
na bossa nova da garota de Ipanema
o poeta imagina
um tema
no break moderno, o corpo requebra
a dança, em regra
é negra
no bailado macabro rodopiam
alegres esqueletos
esquisitos
no ritmado do corpo
na música
a musa
na chula, no vira, no corridinho
ou no malhão
a inspiração
buscando, o poeta
arquitecta
um bailado
em que vê as palavras bailar
porque não sabe valsar
tenta rimar ideias
tenta rimar os espaços
nos passos
de cada bailado artístico, ritmado
da galharda ao minuete
d’antigamente
e encontra na moderna dança
Isadora, descalça,
livre, instintiva,
volteando
metafísica viva.
Na mente,
guarda recordações
de danças de vanguarda,
de hoje, de ontem,
sem limitações,
qual Mountain
sem rima
sem métrica
e, mesmo assim
poética
bailam na mente do poeta
as palavras
em hinos
divinos
Notas de rodapé:
Dança de vanguarda = linha expressionista, de surrealismo, existencialismo, indefinível, inexprimível deixando que o corpo descubra livremente a direcção dos seus movimentos com independência da dança em relação a condicionalismo narrativo ou musical. Universidade de Black Mountain – Poetas experimentalistas pioneiros na utilização de formas abertas rejeitando as limitações da rima e da métrica. |